Sobre

Ler é poder viajar, é estar em outro corpo, em outro rosto, em outro ser. Alguns livros nos levam para caminhos secretos, nos fazem enxergar os mistérios e voar sobre o mundo dos mortais. Outros livros não nos tocarão, serão estéreis e talvez sejam bons para outras pessoas, não para nós. O que faz o livro ser encantado é o leitor, a sim! O leitor tem de ser receptivo ao seu encanto, ou não terá efeito. Talvez isso explique porque alguns livros que são tão bem falados por uns chegam a ser detestados por outros. Vai da essência.

Eu, com minha cabeça de abobora, sou um adorador da fantasia. Devoro o quanto puder desse estilo literário e faço dele meu berço, meu campo, meu lago. Cabeça de aboboras, você pergunta, o que é isso? Pense numa abobora daquelas que o Hagrid cultivou pra festa de Halloween de Hogwarts, ou naquele filme mágico e divertido “A cidade do halloween”, e ainda pense no smashing pumpkins ( esmagando aboboras- mas não esmaguem minha cabeça :v ). Um cabeça de abobora é uma pessoa receptiva a fantasia! Um sujeito que recebe a leitura e sua alma brilha como fazem as cabeças de abobora com uma vela dentro.


Sou apaixonado por Harry Potter, Senhor dos Anéis e Nárnia. Esses são pilares da fantasia, mas tenho meus clássicos que fazem parte daqueles livros que são devorados por poucos e raros, amo os romances de Roberto Drummond (e teimo que ele deveria ser tão famoso quando o Carlos Drummond). Às vezes procuro a neblina que me leva à Avalon, as vezes vou para o acampamento meio-sangue. Viajo num barco armado pela Odisseia de Homero, temendo Circe e procurando Tirésias. Quando posso, me sento à beira do riacho e ouço o tordo assoviar, vejo se ninguém me espreita e me junto ao tordo pra cantar. Sei, e disso não me esqueço, que a vida não é só de fantasia, o modo real nos devorará se permitirmos, e vai nos aniquilar, por isso eu vivo entre a fantasia e a realidade, com cautela, sabendo bem onde estão as bétulas de Merlin e onde está a selvageria da humanidade.