sábado, 28 de novembro de 2015

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O Cavaleiro da Morte (Crônicas Saxônicas- Livro 2)

O interior da historia esta repleto de conflitos filosóficos, morte, estupro, ataques e saques. Cada coisa tem seu espaço na construção da trama e tudo se desenvolve num cenário medieval. Ainda estou lhes falando sobre o segundo livro da série, posso dizer que até então a recomendo. Com o tempo vou apresentar-lhes todos os outros volumes e vocês poderão tirar suas próprias conclusões. Trarei agora apenas alguns fatos e personagens marcantes.



AVISO: CONTÊM SPOILER. Na verdade se você ler a sinopse de cada livro (como eu fiz) já vai encontrar spoilers, inclusive sobre a morte de personagens importantes (foi um pouco chocante ler todas as sinopses).

Mas eu odiava Alfredo. Odiava-o por ter me humilhado em Exanceaster quando me fizera usar manto de penitente e me arrastar de joelhos.

Aprendi, como Uhtred, a odiar Alfredo. Esse rei, que com o tempo alcançou titulo de O Grande, por mim seria chamado de o Grande Louco. O Autor nos explica que o livro foi construído em cima da historia real, isto é, ele pegou os elementos verdadeiros sobre a vida de Alfredo e dos reinos saxões e trançou junto com seus elementos de ficção. Alfredo era um rei inteligente, porém extremamente devoto e dentro dessa devoção a Deus fazia absurdos e deixava a razão cair por terra. 

Veremos no segundo livro da série Crônicas Saxônicas muitos personagens novos e interessantes, e teremos de vê-los morrer também. Os meus prediletos são respectivamente Iseult, o Padre Pyrlig e por fim Steapa Snotor. Iseult é uma mulher fantástica e com poderes valiosos.

Iseult. Encontrá-la foi como descobrir uma joia de outro num monturo. Era pequena, magra como um elfo, com rosto luminoso e cabelo preto como penas de corvo. Usava manto preto e tinha colares de prata, pulseiras de prata, tornozeleiras de prata, e as joias tintilavam suavemente enquanto ela vinha até nós. Mas, de algum modo, apensar de sua juventude, a mulher conseguia amedrontar os cortesões de Peredur, que recuaram para longe. O rei pareceu nervoso, enquanto Asser, parado junto de mim, fez o sinal da cruz e depois cuspiu para afastar o mal.

Ela era considerada uma bruxa, e poderia mesmo ser. Conta mais adiante na história que quando nasceu tinha um irmão gêmeo, e que ele logo morreu. Assim seus poderes se deviam também a alma dele, que vinha e lhe contava coisas. Iseult podia prever o futuro, nem sempre declarava os acontecimentos com tanta clareza, ainda assim era um poder invejável. Fará alguns previsões para Uhtred que se mostraram verdadeiras, será também responsável por curar o filho de Alfredo. Fiquei encantado pela personagem, e vou decretar que antes mesmo de morrer ele teve um fim pior do que a morte. 

O padre Pyrlig, apresentando nesse volume da série é um dos personagens que mais gostei, depois da Rainha das Sombras, Iseult. Ele é um padre descontraído, tem esposa e filhos e um espírito de guerreiro. Quanto ao fanatismo e Alfredo ele nos diz:

“Santo Deus, homem, essa é a ultima coisa que ele é (feliz)! Algumas pessoas pegam Deus como se pega uma doença, e ele é um. Parece uma vaca depois do inverno”
Steapa é um guerreiro formidável, um cara enorme e forte. Sua habilidade pra luta é inegável. Ele é apresentado como guarda-costas de Odda, o Jovem (que é inimigo de Uhtred). O que me faz odia-lo, mas no decorrer da historia eles precisam lutar lado a lado e com isso Steapa ganhou honras comigo. 

A trama do segundo livro apresenta também a incursão de Guthrum para destruir Wessex. Os dinamarqueses atacarão e Alfredo terá de fugir e se refugiar no pântano. La ele será um rei caído e a ajuda de Uhtred será essencial para que ele se reerga. Claro que com o tempo e a chegada dos padres, Alfredo nublará a sua visão diante da ajuda que recebeu de Uhtred e mesmo de Iseult. Os acontecimentos entre a queda de Alfredo e a Batalha contra o exercito de Guthrum que serão narradas nesse livro. Nos primeiros capítulos Alfredo se lança para o pântano, a historia se desenvolve enquanto ele tenta conseguir formar um exercito para lutar contra os dinamarqueses que cada vez mais avançam dentro de Wessex. Um novo inimigo chega para se somar ao conflito, este é Svein do Cavalo Branco. Forte e também formidável guerreiro que faz as lembranças do padre Pyrlig irem a uma passagem da bíblia “eu olhei e vi um cavalo claro, e o nome do cavaleiro era morte”, inicialmente ele é mais um inimigo e também disputa o controle de Wessex, mas é forçado e se unir ao exercito de Guthrum. 

O desfecho do livro fica por conta do encontro do exercito de Alfredo e o exercito de Guthrum. Imaginei muitos possíveis finais pra essa batalha, foi a parte que melhor devorei do livro. Ansiava por essa batalha, ansiava por respostas. Imaginava maneiras de Alfredo esmagar os dinamarqueses e também imaginava maneiras de ser Guthrum que esmagaria os saxões! Tão em duvida eu estava de quem venceria que qual fosse o resultado eu iria gostar mesmo. E gostei. Fico lendo Crônicas Saxônicas e imaginando que poderia se tornar uma ótima série de TV. 

No inicio de cada livro da série encontramos um mapa que engloba as regiões envolvidas na narrativa; isso ajuda muito no imaginário. Enquanto leio procuro traçar linhas na mente ligando os pontos e marcando o caminho percorrido pelos personagens já no termino do livro o autor vem nos apresentando os fatos históricos presentes na trama. Isso ajuda a compreendermos o que é real e o que é ficcional. É uma obra construída com muita inteligência e dedicação.

Só mais um aviso: nunca acredite que o Rei Alfredo será grato com Uhtred ( pelo menos não nos primeiros livros). Isso é outro ponto irritante e odiável de Alfredo.

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O Cavaleiro da Morte (Crônicas Saxônicas- Livro 2)
4/ 5
Oleh